Lei Seca - Alcoolismo - entrevista - Drº Otto
Afonso Paulo Otto Junior é médico formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) em 1974. Hoje está aposentado mas atuou na área de clínica médica, reumatologia e medicina do trabalho.1) O que é alcoolismo?
O alcoolismo é aceito como uma doença física, mental e emocional (Síndrome da Dependência Alcoólica). Sua classificação no CID (classificação Internacional de doenças) é F10, que significa transtorno mental e comportamental devido ao uso de álcool etílico. Hoje é comprovado que o indivíduo alcoólatra é diferente dos outros, porque na sua constituição genética há diferenças.
A doença é progressiva, incurável e fatal. Não pode ser curada, mas pode ser interrompida e, para isto basta não usar em ocasião nenhuma, quantidade alguma da substância frente a qual o indívíduo é dependente.
É a doença da família, porque afeta os parentes do alcoolista que desejam que ele não beba e que vão se tornando neuróticos. O alcoolismo não é contagioso, mas é é contagiante e afeta de cinco a dez pessoas do convívio familiar, profissional e/ou social do alcoólatra.
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2) Essa alteração cromossômica é hereditária?A doença é progressiva, incurável e fatal. Não pode ser curada, mas pode ser interrompida e, para isto basta não usar em ocasião nenhuma, quantidade alguma da substância frente a qual o indívíduo é dependente.
É a doença da família, porque afeta os parentes do alcoolista que desejam que ele não beba e que vão se tornando neuróticos. O alcoolismo não é contagioso, mas é é contagiante e afeta de cinco a dez pessoas do convívio familiar, profissional e/ou social do alcoólatra.
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As pesquisas mostram que ela tem caráter genético, mas não é considerada hereditária. Existem muitos filhos de alcoólatras que não são alcoólatras e vice-versa. Atualmente, há uma corrente que acha ser hereditária e outra que não, mas ainda não é aceita como sendo hereditária.
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3) Como esse problema de saúde pública pode ser tratado?Fechar
O tratamento é bastante complexo, porque a doença não é só física, é também, mental e emocional. O tratamento é médico, psiquiátrico e psicológico.
Em pesquisa realizada, a maconha foi tomada como exemplo. O indivíduo usava a maconha e ficava até seis meses sem usar. Então achavam que ela não causava dependência. Mas, depois de seis meses, a pessoa tinha novamente a compulsão e foi constatado que essa substância, assim como as outras, tinha um período de liberação no organismo. Todas as drogas impregnam as membranas dos nervos e ficam liberando a substância por algum tempo. Então chegou-se ao prazo máximo de seis meses de abstinência para que o organismo físico não tenha mais necessidade do álcool.
Se o indivíduo ficar seis meses internado sem beber, o organismo físico não pede mais o álcool. No entanto, como a doença não é só física, mas é mental e emocional também, então é para toda a vida. Basta o indivíduo começar a lembrar de fatos que o deixam com sentimentos de autopiedade, deprimido, ansioso, angustiado que ele pode voltar a beber. O físico não pediu, mas o mental, emocional sim.
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4) Qual a faixa etária onde os problemas com o álcool começam geralmente?Em pesquisa realizada, a maconha foi tomada como exemplo. O indivíduo usava a maconha e ficava até seis meses sem usar. Então achavam que ela não causava dependência. Mas, depois de seis meses, a pessoa tinha novamente a compulsão e foi constatado que essa substância, assim como as outras, tinha um período de liberação no organismo. Todas as drogas impregnam as membranas dos nervos e ficam liberando a substância por algum tempo. Então chegou-se ao prazo máximo de seis meses de abstinência para que o organismo físico não tenha mais necessidade do álcool.
Se o indivíduo ficar seis meses internado sem beber, o organismo físico não pede mais o álcool. No entanto, como a doença não é só física, mas é mental e emocional também, então é para toda a vida. Basta o indivíduo começar a lembrar de fatos que o deixam com sentimentos de autopiedade, deprimido, ansioso, angustiado que ele pode voltar a beber. O físico não pediu, mas o mental, emocional sim.
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Geralmente começa na adolescência, porque é na adolescência que as pessoas têm maior timidez, não tem ainda autoafirmação, estão entre o infantil e o adulto.
A maioria das pessoas experimentam bebida alcoólica para ter coragem. Vão a uma festa, a moça para ter coragem de aceitar o convite para dançar, o rapaz para ter coragem de conversar. Isso acontece tanto com os alcoólatras como com os não alcoólatras. No entanto, o não alcoólatra toma uma latinha de cerveja, cria coragem e pronto. A moça também tomou, vai lá, aceita, e saem dançando. Na próxima festa eles se encontram novamente. O não alcoólatra já sai conversando. O alcoólatra precisa tomar de novo, porque tem problemas de timidez, de relacionamento e aí ele começa a ver que o álcool faz bem quando precisa ficar mais tranquilo, mais desinibido, etc. Então ele começa a beber não só para dançar, para namorar, mas para procurar emprego, para fazer prova, na aula, etc.
Até que começa a ver que aquilo faz bem, porque ainda não desenvolveu a dependência. Depois que ele fica dependente, com o passar do tempo, começa a beber de manhã, à tarde, à noite, e é onde o indivíduo começa a ter as perdas. Perde o emprego, perde a família, até que acaba lá na sarjeta, que é o fim de carreira de todo alcoólatra.
O tempo que leva para começarem os problemas sérios com o álcool varia de pessoa para pessoa, mas o fim é sempre o mesmo. Fechar
5) O álcool é o estopim para as outras drogas?A maioria das pessoas experimentam bebida alcoólica para ter coragem. Vão a uma festa, a moça para ter coragem de aceitar o convite para dançar, o rapaz para ter coragem de conversar. Isso acontece tanto com os alcoólatras como com os não alcoólatras. No entanto, o não alcoólatra toma uma latinha de cerveja, cria coragem e pronto. A moça também tomou, vai lá, aceita, e saem dançando. Na próxima festa eles se encontram novamente. O não alcoólatra já sai conversando. O alcoólatra precisa tomar de novo, porque tem problemas de timidez, de relacionamento e aí ele começa a ver que o álcool faz bem quando precisa ficar mais tranquilo, mais desinibido, etc. Então ele começa a beber não só para dançar, para namorar, mas para procurar emprego, para fazer prova, na aula, etc.
Até que começa a ver que aquilo faz bem, porque ainda não desenvolveu a dependência. Depois que ele fica dependente, com o passar do tempo, começa a beber de manhã, à tarde, à noite, e é onde o indivíduo começa a ter as perdas. Perde o emprego, perde a família, até que acaba lá na sarjeta, que é o fim de carreira de todo alcoólatra.
O tempo que leva para começarem os problemas sérios com o álcool varia de pessoa para pessoa, mas o fim é sempre o mesmo. Fechar
O tabaco e o álcool funcionam como porta de entrada para as outras drogas, sem dúvida nenhuma. Na prática podemos observar isso.
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6) Quais os problemas que o uso da bebida alcoólica pode trazer ao organismo humano?Fechar
Após as doses consideradas normais (que seriam dois copos de chopp, uma taça de vinho, uma dose de uísque, conhaque, vodka), a partir disso, cada copo de chopp tomado elimina dois mil neurônios, nós temos 50 a 100 bilhões de neurônios. Então o camarada diz assim: “Eu não tenho pressa, o álcool me mata aos poucos”.
O álcool é a droga que mais destrói o sistema nervoso, mais do que cocaína, crack, OXY, maconha, LSD, etc, e é o que mais faz regressão da personalidade. Todas as drogas regridem a personalidade até a adolescência, pré-adolescência, já o álcool faz o indivíduo regredir até o comportamento de um recém-nascido. Por exemplo, as outras drogas regridem aos 11, 12, 13 anos. Um homem com 40 anos agindo como um menino de 12 anos. Uma mulher com 40, 50 anos, agindo como uma menina de 13 anos. O álcool não, ele vai até o recém-nato. Pode se ver isso num episódio de intoxicação alcoólica por excesso de bebida ou se houver uma lesão na área cerebral responsável pelo controle dos esfíncteres do ânus e da uretra, o indivíduo pode ficar permanentemente lesado. Muitas vezes vemos pessoas que estão, geralmente na rua, numa fase final. O camarada está lá deitado, todo evacuado, urinado e se você for lá conversar com ele nessa hora, você pode perceber que ele não vai conseguir falar, ele vai balbuciar, "bubububu", e quem é que faz "bububububu" e que urina e defeca na fralda? O recém-nascido. É o que a gente vem observando realmente na prática, a regressão da personalidade.
Mas acomete o físico também, como:
Aparelho digestivo: gastrite, úlceras.
Cânceres: principalmente quando associado ao tabaco, câncer de laringe, faringe, esôfago, traqueia, estômago, intestino.
Aparelho circulatório: o álcool se espalha por todo o organismo, propiciando infartos, acidentes vasculares cerebrais, derrames ou constrição por isquemia, por lesão ou por ruptura de artéria. Acomete os rins, pulmões, coração, entre outros. Existe uma doença chamada coração de cerveja, que é associada ao indivíduo que toma bastante cerveja. Ele ingere muito líquido, geralmente come coisas salgadas, picantes, toma mais líquido, fazendo uma dilatação do coração devido o uso do álcool, a miocardite alcoólica. Acomete o sistema nervoso causando atrofia do cérebro, polineurites e neurites periféricas.
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7) Há uma pesquisa que descobriu que os adolescentes estão consumindo bebidas alcoólicas em maior quantidade e cada vez mais cedo. Isso é verdade?O álcool é a droga que mais destrói o sistema nervoso, mais do que cocaína, crack, OXY, maconha, LSD, etc, e é o que mais faz regressão da personalidade. Todas as drogas regridem a personalidade até a adolescência, pré-adolescência, já o álcool faz o indivíduo regredir até o comportamento de um recém-nascido. Por exemplo, as outras drogas regridem aos 11, 12, 13 anos. Um homem com 40 anos agindo como um menino de 12 anos. Uma mulher com 40, 50 anos, agindo como uma menina de 13 anos. O álcool não, ele vai até o recém-nato. Pode se ver isso num episódio de intoxicação alcoólica por excesso de bebida ou se houver uma lesão na área cerebral responsável pelo controle dos esfíncteres do ânus e da uretra, o indivíduo pode ficar permanentemente lesado. Muitas vezes vemos pessoas que estão, geralmente na rua, numa fase final. O camarada está lá deitado, todo evacuado, urinado e se você for lá conversar com ele nessa hora, você pode perceber que ele não vai conseguir falar, ele vai balbuciar, "bubububu", e quem é que faz "bububububu" e que urina e defeca na fralda? O recém-nascido. É o que a gente vem observando realmente na prática, a regressão da personalidade.
Mas acomete o físico também, como:
Aparelho digestivo: gastrite, úlceras.
Cânceres: principalmente quando associado ao tabaco, câncer de laringe, faringe, esôfago, traqueia, estômago, intestino.
Aparelho circulatório: o álcool se espalha por todo o organismo, propiciando infartos, acidentes vasculares cerebrais, derrames ou constrição por isquemia, por lesão ou por ruptura de artéria. Acomete os rins, pulmões, coração, entre outros. Existe uma doença chamada coração de cerveja, que é associada ao indivíduo que toma bastante cerveja. Ele ingere muito líquido, geralmente come coisas salgadas, picantes, toma mais líquido, fazendo uma dilatação do coração devido o uso do álcool, a miocardite alcoólica. Acomete o sistema nervoso causando atrofia do cérebro, polineurites e neurites periféricas.
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É verdade. Em primeiro lugar isso se deve à propaganda, que é insistente. Têm algumas na televisão que normalmente não tem muito sentido. Se você analisar, existem umas coisas meio esquisitas ali. É meio doido o negócio. Por quê? Porque o alcoólatra não precisa de propaganda. Ele vai beber, com, sem, ou apesar da propaganda. Para os não alcoólatras e para os jovens que estão iniciando o seu contato com o álcool é que há necessidade da divulgação de bebidas alcóolicas.
No caso do tabagismo, as propagandas dizem “Fumar é prejudicial à saúde”. Daí aparece a fotografia de uma pessoa com câncer de faringe todo exposto por traqueostomia, com as pernas amputadas, entre outras situações. No caso do álcool não dá para fazer isso. Se eu disser que o álcool faz mal à saúde cassam meu diploma de médico. Se alguém colocar numa propaganda que o álcool é prejudicial à saúde, vão processar e proibir o funcionamento dessa agência de publicidade. Por quê? Porque o álcool existe dentro do organismo humano. No próprio metabolismo dos alimentos, uma parcela é desdobrada em álcool, que auxilia na combustão dos alimentos. O que já não ocorre com o tabaco. Não existe tabaco nem cocaína naturalmente no organismo de ninguém. Agora, o álcool existe. Não dá pra dizer que ele é prejudicial à saúde. Então se diz que, em excesso, pode prejudicar.
Um outro aspecto é que as propagandas orientam, psicologicamente, a pessoa a beber. “Beba com moderação”, “Se beber, não dirija”. Eu me lembro de uma propaganda onde tinha um grupo de jovens pichando todo o metrô. Eles estavam com umas garrafas plásticas de vodka tomando no gargalo e estava uma loucura lá dentro. No final, a propaganda dizia “Beba com responsabilidade”. E bota responsabilidade nisso. Então, essas são as propagandas que parecem ser doidonas, mas para a mente alcoólica faz todo sentido. Há uma propaganda que diz: "Se beber, não dirija." (Esta não orienta para beber).
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8) O que leva os adolescentes a começarem esse vício tão cedo?No caso do tabagismo, as propagandas dizem “Fumar é prejudicial à saúde”. Daí aparece a fotografia de uma pessoa com câncer de faringe todo exposto por traqueostomia, com as pernas amputadas, entre outras situações. No caso do álcool não dá para fazer isso. Se eu disser que o álcool faz mal à saúde cassam meu diploma de médico. Se alguém colocar numa propaganda que o álcool é prejudicial à saúde, vão processar e proibir o funcionamento dessa agência de publicidade. Por quê? Porque o álcool existe dentro do organismo humano. No próprio metabolismo dos alimentos, uma parcela é desdobrada em álcool, que auxilia na combustão dos alimentos. O que já não ocorre com o tabaco. Não existe tabaco nem cocaína naturalmente no organismo de ninguém. Agora, o álcool existe. Não dá pra dizer que ele é prejudicial à saúde. Então se diz que, em excesso, pode prejudicar.
Um outro aspecto é que as propagandas orientam, psicologicamente, a pessoa a beber. “Beba com moderação”, “Se beber, não dirija”. Eu me lembro de uma propaganda onde tinha um grupo de jovens pichando todo o metrô. Eles estavam com umas garrafas plásticas de vodka tomando no gargalo e estava uma loucura lá dentro. No final, a propaganda dizia “Beba com responsabilidade”. E bota responsabilidade nisso. Então, essas são as propagandas que parecem ser doidonas, mas para a mente alcoólica faz todo sentido. Há uma propaganda que diz: "Se beber, não dirija." (Esta não orienta para beber).
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É a fase de autoafirmação, de timidez, de precisar provar alguma coisa. O adolescente faz muitas coisas por causa do grupo: “Os outros bebem, então eu também bebo”. E isso acontece com outros tipos de drogas, eles vão no embalo da galera e, quando percebem, já estão viciados.
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9) Existem diferenças entre os efeitos do álcool no corpo do menino e da menina?Fechar
Bom, existem diferenças no corpo do homem e da mulher. O primeiro ponto é que o álcool é uma droga hidrossolúvel, ou seja, se dissolve em água. O organismo da mulher tem mais tecido gorduroso que o do homem, consequentemente tem menor quantidade de líquido proporcionalmente ao homem. A diluição no corpo da mulher vai ser menor; o teor alcoólico no sangue da mulher estará mais concentrado.
Por exemplo, se um homem tomar um copo de cerveja a diluição daquela quantidade de álcool de cerveja vai ser maior do que na mulher, porque a mulher tem mais tecido gorduroso e menos líquido. Então ela vai ficar com uma concentração maior de álcool no sangue. A mulher precisa de uma quantidade menor para se embriagar ao nível do homem devido a isso.
Um segundo fator é que o homem, nos trinta dias do mês, é igual. Ele bebe normalmente. A mulher tem o período menstrual, a oscilação de hormônios. Então, dependendo da fase, a absorção é maior e a tendência é ela se embriagar com maior facilidade. Por fim, existe uma enzima no estômago que começa a dissolver ou desdobrar o álcool já no estômago; a álcool-desidrogenase, que no estômago da mulher também ocorre em menor quantidade.
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10) Existe uma lei que proíbe a venda de bebida alcoólica para menores de 18 anos. O que acontece na prática? Essa lei é respeitada?Por exemplo, se um homem tomar um copo de cerveja a diluição daquela quantidade de álcool de cerveja vai ser maior do que na mulher, porque a mulher tem mais tecido gorduroso e menos líquido. Então ela vai ficar com uma concentração maior de álcool no sangue. A mulher precisa de uma quantidade menor para se embriagar ao nível do homem devido a isso.
Um segundo fator é que o homem, nos trinta dias do mês, é igual. Ele bebe normalmente. A mulher tem o período menstrual, a oscilação de hormônios. Então, dependendo da fase, a absorção é maior e a tendência é ela se embriagar com maior facilidade. Por fim, existe uma enzima no estômago que começa a dissolver ou desdobrar o álcool já no estômago; a álcool-desidrogenase, que no estômago da mulher também ocorre em menor quantidade.
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Tanto a venda de tabaco como de álcool é proibida para menores de 18 anos de idade. Falta fiscalização. Como é que vai fiscalizar isso? Como você vai provar também? É meio complicado. O indivíduo já vendeu para o menor, você nunca vê ninguém pedindo carteira de identidade em bares, restaurantes. Restaurante é um pouco mais difícil, mas também vende.
A lei diz que não pode colocar um bar próximo de escola, tem que ser a mais de 100m.
Isso não evita nada, porque o cara que quer beber vai andar 30 metros, andar 100, não vai fazer muita diferença. Então, a lei realmente existe, mas ela não é muito bem cumprida. Se houvesse uma maior fiscalização! Mas é que em cada esquina tem um bar, então teria de haver milhões de fiscais para estarem de plantão 24h nos bares. É muito complicado.
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11) As campanhas publicitárias terminam com chavões “Beba com moderação” ou “Se beber, não dirija”.A lei diz que não pode colocar um bar próximo de escola, tem que ser a mais de 100m.
Isso não evita nada, porque o cara que quer beber vai andar 30 metros, andar 100, não vai fazer muita diferença. Então, a lei realmente existe, mas ela não é muito bem cumprida. Se houvesse uma maior fiscalização! Mas é que em cada esquina tem um bar, então teria de haver milhões de fiscais para estarem de plantão 24h nos bares. É muito complicado.
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Isso conscientiza as pessoas?
Conscientiza as pessoas a beberem mais. Beba!" Beba é uma ordem. “Beba com moderação”, está orientando para beber. Se o indivíduo é alcoólico, ele não consegue controlar e aí vai tomar um porre. Então é isso que realmente ocorre. Então as propagandas não são tão efetivas quanto as do tabaco, porque como disse anteriormente, não se pode nem dizer que o álcool é prejudicial à saúde (porque, como já vimos, anteriormente, existe uma pequena quantidade de álcool no organismo humano).
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12) O que falta para que esse problema seja resolvido?Fechar
Falta o convencimento de toda a sociedade. Tenho um amigo que uma vez estava conversando comigo e disse: "Eu não tenho problema com o alcoolismo, graças a Deus. Na minha família não tem ninguém, os meus filhos não bebem, fumam ou usam drogas. Na família do meu pai e do meu sogro ninguém bebe, fuma. Então eu não tenho problema, não tenho nada a ver com isso."
Então eu respondi: "vamos fazer a seguinte suposição. Você tem uma casa na praia e gosta de sempre ir para lá. Certo? Fim de semana você põe a sua família dentro do carro, bagagem, o cachorro e papagaio e vão à praia. Vamos supor que num sábado de manhã, você vai descendo tranquilamente a Serra da Graciosa, sentido Curitiba-Paranaguá e na pista contrária vem um indivíduo que comeu um monte de camarões e bebeu uma porção de vodka, cerveja e atravessa a pista, dá de frente com o seu carro e mata toda a sua família, e o deixa vivo para curtir a desgraça do acidente."
Ele respondeu: "Sabe que eu nunca tinha pensado nisso?" Exatamente. A sociedade precisa se conscientizar, porque ela aceita o álcool, mas não aceita o alcoólatra.
Há quatro tipo de bebedores:
1º - bebedor eventual: aquele que toma no fim do ano, na festa, Natal, Ano-novo, fora isso não bebe mais nada, mas mesmo esse indivíduo pode se embriagar na festa do ano novo e cometer um acidente. O ideal é que não se beba em hipótese alguma, isso possibilita o surgimento de problemas.
2º - o bebedor habitual: todos os dias ele toma um aperitivo ou um copo de vinho no almoço e no jantar, fora isso não bebe mais nada. Não são alcoólatras, mas bebedores habituais.
3º - bebedor problema: aqueles que já têm grandes características de serem alcoólatras. Poderão desenvolver a doença se continuarem usando bebidas alcóolicas. O bebedor problema vai a uma festa, daí ele bebe demais, arruma confusão, encrenca, briga. O que a sociedade, segrega. Não vamos convidar mais. Lógico, ele está atrapalhando. Se ele quebra tudo, então não vou convidá-lo.
4º - alcoólatra: passa a desenvolver o alcoolismo e acontecem todas as consequencias da síndrome de dependência alcóolica.
Existem fases no alcoolismo: macaco, leão, e do porco.
A primeira fase, fase do macaco: ele está alegre, começa a beber, tudo é 10, ele fica rindo, conta piada, tudo é lindo. Fica engraçado, é o palhaço da festa.
A 2ª fase que é onde acontecem os crimes geralmente, sob o efeito do álcool, o indivíduo passa pela fase do Leão. Daí ele fica bravo. Nada presta, os políticos não prestam, os militares não prestam, os civis não prestam, o time que ele torce é ruim. Tudo é uma desgraça. E aí, se discordar dele nessa fase, já arruma confusão.
A terceira fase, onde ele toma além da conta e perde a consciência e o controle dos esfincteres. Como nós tínhamos falado, ele urina, evacua, vomita e entra na fase do porco. Então são essas as fases que um alcoólatra apresenta.
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13) Como seria o tratamento dessa doença?Então eu respondi: "vamos fazer a seguinte suposição. Você tem uma casa na praia e gosta de sempre ir para lá. Certo? Fim de semana você põe a sua família dentro do carro, bagagem, o cachorro e papagaio e vão à praia. Vamos supor que num sábado de manhã, você vai descendo tranquilamente a Serra da Graciosa, sentido Curitiba-Paranaguá e na pista contrária vem um indivíduo que comeu um monte de camarões e bebeu uma porção de vodka, cerveja e atravessa a pista, dá de frente com o seu carro e mata toda a sua família, e o deixa vivo para curtir a desgraça do acidente."
Ele respondeu: "Sabe que eu nunca tinha pensado nisso?" Exatamente. A sociedade precisa se conscientizar, porque ela aceita o álcool, mas não aceita o alcoólatra.
Há quatro tipo de bebedores:
1º - bebedor eventual: aquele que toma no fim do ano, na festa, Natal, Ano-novo, fora isso não bebe mais nada, mas mesmo esse indivíduo pode se embriagar na festa do ano novo e cometer um acidente. O ideal é que não se beba em hipótese alguma, isso possibilita o surgimento de problemas.
2º - o bebedor habitual: todos os dias ele toma um aperitivo ou um copo de vinho no almoço e no jantar, fora isso não bebe mais nada. Não são alcoólatras, mas bebedores habituais.
3º - bebedor problema: aqueles que já têm grandes características de serem alcoólatras. Poderão desenvolver a doença se continuarem usando bebidas alcóolicas. O bebedor problema vai a uma festa, daí ele bebe demais, arruma confusão, encrenca, briga. O que a sociedade, segrega. Não vamos convidar mais. Lógico, ele está atrapalhando. Se ele quebra tudo, então não vou convidá-lo.
4º - alcoólatra: passa a desenvolver o alcoolismo e acontecem todas as consequencias da síndrome de dependência alcóolica.
Existem fases no alcoolismo: macaco, leão, e do porco.
A primeira fase, fase do macaco: ele está alegre, começa a beber, tudo é 10, ele fica rindo, conta piada, tudo é lindo. Fica engraçado, é o palhaço da festa.
A 2ª fase que é onde acontecem os crimes geralmente, sob o efeito do álcool, o indivíduo passa pela fase do Leão. Daí ele fica bravo. Nada presta, os políticos não prestam, os militares não prestam, os civis não prestam, o time que ele torce é ruim. Tudo é uma desgraça. E aí, se discordar dele nessa fase, já arruma confusão.
A terceira fase, onde ele toma além da conta e perde a consciência e o controle dos esfincteres. Como nós tínhamos falado, ele urina, evacua, vomita e entra na fase do porco. Então são essas as fases que um alcoólatra apresenta.
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O tratamento é físico, mental e emocional. No tratamento orgânico, o indivíduo tem que tratar as lesões que ele tenha do aparelho digestivo, urinário, circulação, etc. Todas as decorrências orgânicas físicas têm de ser tratadas, bem como psicológico e o mental. Há muitas pessoas que precisam da ajuda dos profissionais: psiquiatras e psicólogos.
E medicamentosa também, precisa tomar remédio. 75% das pessoas que conseguem parar antes de atingir grandes distúrbios não precisam de nenhum medicamento; 25% necessitam.
A depressão, por exemplo: há a depressão alcoólica e a depressão endógena que não depende do álcool. Na depressão alcoólica, ele parando de beber, cessa a depressão. A causa era o álcool. Mas a depressão que não é alcoólica, vai necessitar de tratamento, ou seja, usar medicamentos para combater a depressão que ele tem, bem como tratamento psicológico.
No SUS existem os CAPS, NAPS que são núcleos onde o indivíduo vai ter as conversas, orientações para que ele possa continuar sem usar a bebida alcoólica.
Existem também indivíduos que frequentam igrejas, seja quais igrejas ou denominações forem, o indivíduo tem sucesso. Por que ele obtém sucesso nessas igrejas? Porque ele seguindo os dogmas, as leis da igreja, ele muda; coisas que ele fazia errado, se ele está seguindo aquela religião, e for autêntico, ele vai ter que parar de fazer. Daí ele muda. Tem um ditado que diz que "A pessoa que eu era bebia e a pessoa que eu era voltará a beber". Tem que haver mudança. O indivíduo tem que cair na real e perceber que é ele que precisa mudar. Sua opinião, sua mentalidade frente ao mundo pode fazer com que ele volte a beber.
O alcoolismo também tem 4 características:
1ª negação: a pessoa nega que bebeu.
2º fator, projeção. Então ele projeta: bebo porque minha mulher é chata, meu marido é grosso, o filho vai mal na escola, o patrão me persegue, estou desempregado, etc. É a projeção para não assumir.
3º A manipulação com os outros. Ameaça. “Ah, não vamos fazer senão ele bebe”.
4º Racionalização:“Trabalho, sustento a casa, eu posso beber uma cerveja no final de semana”. Pode beber, mas convém ao alcoólatra beber? Ele não pode. Para o alcoólatra um gole é demais e mil goles não bastam, porque desencadeia uma série de reações, aumenta o acetaldeído que vai à zona de recompensa do cérebro e ele fica com compulsão por "beber todas".
Existem os grupos de autoajuda, Alcoólicos Anônimos, no caso do álcool, e Narcóticos Anônimos, no caso de outras drogas. Esse grupos são baseados em filosofias de 12 passos, 12 tradições, 12 conceitos, 3 legados, e toda uma literatura. Nas reuniões, as pessoas participam e dão depoimentos, falam a respeito do seu alcoolismo. Os outros ouvem, as pessoas trocam informações. Isso fortalece, porque o indivíduo pode se recuperar numa igreja, mas, se ele disser que entrou em apagamento, que fez tal e tal coisa e não lembra, na igreja todo mundo vai dizer que lembra, mas está querendo se safar. Se ele estiver entre outros iguais, ninguém vai ficar assustado, todos já tiveram apagamentos e vai ficar mais tranquila a sua recuperação. As pessoas que se mantém em recuperação frequentam esses grupos.
Escritório de serviços locais de alcoólicos anônimos - Setor I (Curitiba), situado à avenida Vicente Machado, 738. Tel: 3222-2422. Fechar
14) Deixe uma mensagem para os alunos da rede estadual de ensino.E medicamentosa também, precisa tomar remédio. 75% das pessoas que conseguem parar antes de atingir grandes distúrbios não precisam de nenhum medicamento; 25% necessitam.
A depressão, por exemplo: há a depressão alcoólica e a depressão endógena que não depende do álcool. Na depressão alcoólica, ele parando de beber, cessa a depressão. A causa era o álcool. Mas a depressão que não é alcoólica, vai necessitar de tratamento, ou seja, usar medicamentos para combater a depressão que ele tem, bem como tratamento psicológico.
No SUS existem os CAPS, NAPS que são núcleos onde o indivíduo vai ter as conversas, orientações para que ele possa continuar sem usar a bebida alcoólica.
Existem também indivíduos que frequentam igrejas, seja quais igrejas ou denominações forem, o indivíduo tem sucesso. Por que ele obtém sucesso nessas igrejas? Porque ele seguindo os dogmas, as leis da igreja, ele muda; coisas que ele fazia errado, se ele está seguindo aquela religião, e for autêntico, ele vai ter que parar de fazer. Daí ele muda. Tem um ditado que diz que "A pessoa que eu era bebia e a pessoa que eu era voltará a beber". Tem que haver mudança. O indivíduo tem que cair na real e perceber que é ele que precisa mudar. Sua opinião, sua mentalidade frente ao mundo pode fazer com que ele volte a beber.
O alcoolismo também tem 4 características:
1ª negação: a pessoa nega que bebeu.
2º fator, projeção. Então ele projeta: bebo porque minha mulher é chata, meu marido é grosso, o filho vai mal na escola, o patrão me persegue, estou desempregado, etc. É a projeção para não assumir.
3º A manipulação com os outros. Ameaça. “Ah, não vamos fazer senão ele bebe”.
4º Racionalização:“Trabalho, sustento a casa, eu posso beber uma cerveja no final de semana”. Pode beber, mas convém ao alcoólatra beber? Ele não pode. Para o alcoólatra um gole é demais e mil goles não bastam, porque desencadeia uma série de reações, aumenta o acetaldeído que vai à zona de recompensa do cérebro e ele fica com compulsão por "beber todas".
Existem os grupos de autoajuda, Alcoólicos Anônimos, no caso do álcool, e Narcóticos Anônimos, no caso de outras drogas. Esse grupos são baseados em filosofias de 12 passos, 12 tradições, 12 conceitos, 3 legados, e toda uma literatura. Nas reuniões, as pessoas participam e dão depoimentos, falam a respeito do seu alcoolismo. Os outros ouvem, as pessoas trocam informações. Isso fortalece, porque o indivíduo pode se recuperar numa igreja, mas, se ele disser que entrou em apagamento, que fez tal e tal coisa e não lembra, na igreja todo mundo vai dizer que lembra, mas está querendo se safar. Se ele estiver entre outros iguais, ninguém vai ficar assustado, todos já tiveram apagamentos e vai ficar mais tranquila a sua recuperação. As pessoas que se mantém em recuperação frequentam esses grupos.
Escritório de serviços locais de alcoólicos anônimos - Setor I (Curitiba), situado à avenida Vicente Machado, 738. Tel: 3222-2422. Fechar
A mensagem é que procurem evitar bebida alcoólica, drogas em geral, procurem ser vocês mesmos. Ajam de acordo com as suas potencialidades, porque o álcool e as drogas, no geral, seja no alcoólatra, nos dependentes químicos ou não dependentes sempre trazem problemas, sempre trazem confusão.
Hoje há a tolerância zero no tocante ao uso do álcool etílico pelos motoristas, mas nos acidentes num grande percentual um ou ambos os condutores estão sob o efeito de álcool etílico. Nos crimes, o indivíduo sai matando, assaltando, geralmente tem álcool envolvido nisso.
Em muitas causas de morte, não é citado o alcoolismo, por exemplo: a pessoa colide com um poste por estar embriagada, sofre traumatismo cranio-encefálico e morre. Neste caso, a causa da morte passa a ser traumatismo craniano e não alcoolismo. Então, o negócio é se conscientizar. Existem pessoas que não bebem e acham que não tem nada a ver com o problema do álcool, no entanto todos nós somos responsáveis no combate ao uso abusivo do álcool. E se tiver problemas com o álcool procurar o quanto antes o tratamento para evitar os problemas que os outros alcoólicos que beberam muito mais do que ele estão colhendo e ainda vão colher, porque o caminho é esse e não tem outro. O indivíduo vai perdendo. Ele não perde tudo de hoje para amanhã, não fica totalmente com transtorno mental total de hoje para amanhã. Não deita hoje e toma uma pilulazinha de perder o domínio da vida, de perder dinheiro, família, e amanhã ele amanhece sem nada. É paulatino. Assim como a doença é progressiva, as consequências do alcoolismo também são progressivas. E o tratamento e a recuperação também são progressivos.
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Hoje há a tolerância zero no tocante ao uso do álcool etílico pelos motoristas, mas nos acidentes num grande percentual um ou ambos os condutores estão sob o efeito de álcool etílico. Nos crimes, o indivíduo sai matando, assaltando, geralmente tem álcool envolvido nisso.
Em muitas causas de morte, não é citado o alcoolismo, por exemplo: a pessoa colide com um poste por estar embriagada, sofre traumatismo cranio-encefálico e morre. Neste caso, a causa da morte passa a ser traumatismo craniano e não alcoolismo. Então, o negócio é se conscientizar. Existem pessoas que não bebem e acham que não tem nada a ver com o problema do álcool, no entanto todos nós somos responsáveis no combate ao uso abusivo do álcool. E se tiver problemas com o álcool procurar o quanto antes o tratamento para evitar os problemas que os outros alcoólicos que beberam muito mais do que ele estão colhendo e ainda vão colher, porque o caminho é esse e não tem outro. O indivíduo vai perdendo. Ele não perde tudo de hoje para amanhã, não fica totalmente com transtorno mental total de hoje para amanhã. Não deita hoje e toma uma pilulazinha de perder o domínio da vida, de perder dinheiro, família, e amanhã ele amanhece sem nada. É paulatino. Assim como a doença é progressiva, as consequências do alcoolismo também são progressivas. E o tratamento e a recuperação também são progressivos.
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